Revista Reformador

Vencedor incomparável

Joanna de Ângelis (Espírito)

Ontem, como no passa do remoto e recente, o comportamento humano era semelhante ao da nossa atualidade turbulenta.

Remanescendo no Espírito encarnado as heranças do seu primarismo, ainda predo minam em sua natureza como marcas profundas do processo de evolução de que o ego não logrou libertar-se.

Os hábitos danosos de hostilidade permanecem com maior intensidade para se operarem mudanças em razão de comprazer-se na violência e no poder sobre as demais pessoas.

Ainda hoje as altercações que culminam em crimes hediondos são exatamente iguais aos com bates que eram travados a cada instante, sem qualquer razão, exceto o estado de barbárie.

As nações alcançavam o apogeu mediante a vitória de uma contra outra nos combates inter mináveis a que eram submetidas com ferocidade inigualável.

As riquezas que possuíam, sempre fruto de roubos e assaltos, assim como de guerras anteriores, passavam de mãos para os ébrios de sangue e loucura de poder, como se a única função existencial fosse o campo e as glórias mentirosas da ilusão de imortalidade.

Eis, porém, que, logo mais, surgiam outros sanguissedentos que se erguiam voluptuosos e os vitoriosos de antes eram transformados em párias, em escombros, em vergonhosos estados de escravidão execranda.

Os relacionamentos entre os povos eram frágeis e portadores de interesses subalternos, sempre com a expectativa de serem uns atacados pelos outros.

A paz era uma aspiração para todo o mundo, porém, trabalhada na insânia dos vitorio sos e na ambição ilimitada dos seus comandantes.

Os ódios sucediam aos períodos de falsa fraternidade ou de negociações caracterizadas pela rapina, pelo egoísmo, pela insânia de todo tipo.

Os relacionamentos obedeciam à força do jogo do poder bélico, de modo que qualquer motivo real ou imaginário se transformava em razão para desentendimentos que condu ziam aos campos de batalhas sangrentas.

Uns países poderosos num momento, alcançando glórias equivocadas e situação invejável, rapidamente se transformavam ou desapareciam sob a máquina da destruição.

Os crimes contra a Humanidade eram tão naturais que não havia qualquer respeito pelo outro ser, pelo outro povo.

Vivia-se na expectativa de ser sempre o vencedor, embora o cetro repousasse em cabeças de criminosos odientos e sedutores, enganados e enganadores.

A arte e a beleza duravam pouco, logo transformadas em destroços ao abandono pelos novos governantes.

O painel da miséria do povo era indescritível, nos amontoa dos que superlotavam as cida des e as aldeias onde poucos sobreviviam.

Assim mesmo, a Misericórdia de Deus enviava, com periodicidade, Espíritos nobres que se destacavam e ensinavam os mais eficientes caminhos do conhecimento, da reflexão e da fraternidade. Nem sempre res peitados, alguns eram destroça dos pelos déspotas e perversos, 716 14 mas outros ofereceram o legado da sabedoria que a eles sobre viveu, tornando-se o alicerce para as construções morais e espirituais do futuro.

Ainda hoje podemos ver esses povos e nações que fulguraram um dia e logo desa pareceram, dormindo o sono dos milênios nas areias dos desertos, sob as águas oceâ nicas e como fantasmas nos escombros em cujas pedras ofídios e outros animais fazem os seus leitos.

A Terra estava em angústia nesse momento, e o Império Romano dominava o seu mun do conhecido, com o herdeiro do Segundo Triunvirato…

Foi nesse período, sob a governança de Otaviano, que Ele nasceu…

O mundo de então estava em relativa paz.

Lentamente a sua voz começou a cantar a balada da felicidade e do amor, através dos seus afáveis discursos nas páginas gloriosas da Natureza.

Tudo aconteceu conforme fora prenunciado por alguns dos profetas, e a sua majestade glo riosa foi imprimindo nas vidas e nos corações os recortes in comparáveis do Reino de Deus, após vencidos os caminhos da evolução na Terra.

Tudo era diferente nos seus enunciados.

A criatura humana passou a ser considerada e lentamente foi construindo o mundo de fraternidade e de beleza que traz nos refolhos do ser.

Ninguém, antes ou depois, que lhe parecesse, embora a paixão que despertou naqueles que preferiram segui-lo desde o primeiro instante.

Renasceram durante períodos amargos que vieram depois da sua chegada, ampliando os horizontes da esperança e da fé.

Deram a existência para que a sua lição de amor penetrasse o coração e a mente das sociedades dos tempos que o sucederam.

Tornou-se um Vencedor in comparável nas batalhas travadas na sucessão dos séculos.

E hoje, quando o mundo o conhece, embora não o siga, qual seria desejável, o seu Natal é uma carta viva recordando–nos daqueles dias quando es teve conosco e concitou-nos à verdadeira felicidade.

Aproveita o Natal e insculpe na tua vida Aquele que se ofereceu por amor em favor de todos nós.

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão da noite de 23 de setembro de 2024, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)