Revista Reformador

Terapia do amor

Marco Prisco (Espírito)

Se surpreendeste o teu filho, masculino ou feminino, usando qualquer tipo de droga, tem muito cuidado com a maneira de agir.

Passado o choque inicial, procura conversar calmamente, em tom de amizade e carinho, buscando saber as causas que o levaram a essa fuga infeliz.

Uma atitude de bondade vale mais do que todos os argumentos produzidos pela cólera ou pela agressividade.

É provável que ele esteja na fase inicial, necessitando de ajuda mediante a compreensão do problema que o aturde.

Não o faças sentir-se pior emocionalmente, porquanto essa postura levá-lo-á a situações mais graves.

Faze-o perceber que estás aberto ao diálogo, e que ele sempre contará com o teu apoio.

Dá-lhe uma assistência de vigilância, sem te tornares um guarda severo ou algoz contínuo em referência ao seu comportamento.

Todo aquele que se permite o uso de qualquer tipo de vício, encontra-se em conflito pessoal, desconfiado e descontente com a existência.

É indispensável fazê-lo valorizar a oportunidade existencial, lentamente, com cuidado e otimismo.

Evita a postura de mártir ou de infeliz, que o empurrará para a culpa devastadora.

Todo aquele que se emaranha em algo perigoso, necessita mais de quem o auxilie na libertação, do que punição contínua.

Sempre, que possível, conversa sobre temas edificantes, cuidando de não te tornares cansativo em relação ao problema, insistindo na questão afligente, o que produz irritação e prejuízo maior.

Se o teu lar é equilibrado, e, apesar disso, ele optou pela busca de qualquer droga, da moda ou não, propõe-lhe a ajuda especializada de um psicoterapeuta, melhor treinado para situações dessa natureza.

O teu amor dar-lhe-á inspiração para as abordagens, quando oportunas e necessárias.

Se, porém, o teu é um lar atribulado, repleto de conflitos e de instabilidade emocional, busca equilibrar-te e melhorar a situação doméstica perturbado[1]ra, que o empurrou para fora do seio familiar, a fim de trazê-lo de volta.

Não transfiras a responsabilidade do erro dele para outrem, o que não resolve a questão, somente gerando mais descontentamento e mal-estar.

Impede que ele seja visto pelos demais membros da família como alguém estigmatizado.

Todas as pessoas equivocam-se, tendo direito à recuperação.

Ele não é o primeiro e não será o último a atravessar esse portal do infortúnio em busca da fantasia, da ilusão, da felicidade mentirosa…

É necessário favorecê-lo com diferente visão da vida, com as bênçãos da responsabilidade para os enfrentamentos que se encontram à frente, encorajando-o para superar os medos que o estão afligindo, mesmo sem o perceber.

Nunca assumas atitude puritana, dando a impressão de superioridade ante a sua fraqueza, nem relates as tuas experiências triunfantes, de forma que o humilhe.

Demonstra que também tens problemas e busca resolvê-los de maneira saudável. Faze-o perceber que a droga somente leva à destruição…

Ama, em qualquer circunstância, o teu filho, masculino ou feminino, demonstrando-lhe que nada no mundo o afastará da tua ternura, do teu devotamento e da tua responsabilidade afetuosa.

Ele necessita de segurança emocional. Torna-te esse porto de amparo.

Aplica sempre a terapêutica do amor e não tem pressa.

O resultado virá no momento próprio.

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na noite de 7 de janeiro de 2008, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)